Era uma vez, no coração vibrante do Bosque dos Murmurinhos, vivia um jacaré-anão chamado Joca. Joca era conhecido por sua coragem inabalável e por adorar explorar cada cantinho da floresta. Havia apenas uma pequena coisa que Joca não gostava de fazer: tomar banho. Ele preferia a poeira das trilhas e as marcas das suas aventuras na pele escamosa.
Seus amigos, Beto, um elegante boto-cor-de-rosa com nadadeiras sempre bem cuidadas, e Lila, uma lontra astuta e cheia de energia, começaram a notar que Joca estava um pouquinho… digamos, perfumado pela natureza.
Beto, com seu jeito calmo, disse: Joca, meu caro, a floresta é linda, mas um mergulho refrescante pode ser tão bom quanto uma nova descoberta!
Lila, pulando de galho em galho, completou: É mesmo, Joca! A água da Lagoa do Resplendor está especialmente cintilante hoje!
Joca fez uma careta, mas a curiosidade de explorador era maior. Lagoa do Resplendor?, perguntou ele, imaginando um novo tesouro.
Beto e Lila sorriram. Exato! É um lugar secreto, onde a água brilha como mil diamantes!, disse Lila.
Animado com a promessa de um novo mistério, Joca aceitou o convite. Juntos, eles seguiram por trilhas sinuosas até chegarem a uma clareira escondida. No centro, uma lagoa de águas tão claras que se podia ver o fundo rochoso, e a luz do sol, ao tocar a superfície, realmente a fazia cintilar em cores incríveis.
Enquanto exploravam a margem, Joca, em sua habitual pressa aventureira, escorregou em uma mancha de lama fresca e escorregadia que parecia gelatina. PLOFT! Ele caiu de costas e rolou na lama, ficando todo coberto da cabeça à cauda. Beto e Lila caíram na risada, e Joca também, mesmo parecendo uma estátua de barro.
Uhm… acho que preciso de uma… limpeza, disse Joca, um pouco envergonhado, mas ainda rindo.
Beto e Lila se entreolharam, piscando. Era a chance perfeita!
Então, Joca, que tal um mergulho cintilante na Lagoa do Resplendor?, sugeriu Lila, apontando para a água convidativa.
Joca hesitou por um segundo. A água parecia um pouco fria. Mas a lama estava incomodando, e a lagoa realmente parecia muito bonita. Ele deu um passo, depois outro, e finalmente pulou.
A princípio, um arrepio. Mas logo, a água fresca e pura começou a fazer cócegas em sua pele. Joca esfregou a lama com as patas, e ela se desfez na água, levando embora o cheiro de floresta e deixando uma sensação incrível de frescor.
Ele nadou, mergulhou e até fez bolinhas. A luz do sol que passava pela água o fazia se sentir como se estivesse nadando em um céu estrelado. Beto e Lila se juntaram a ele, e os três brincaram de pega-pega aquático, rindo muito.
Joca percebeu que tomar banho não era uma obrigação chata, mas uma parte divertida da vida, que o deixava leve e pronto para novas aventuras. Sentir-se limpo era como ter um novo começo, um segredo cintilante que a Lagoa do Resplendor havia revelado. Desde aquele dia, Joca, o jacaré-anão aventureiro, sempre reservava um tempo para seu mergulho refrescante, sabendo que a limpeza e a aventura podiam, sim, andar de mãos dadas.