Era uma vez, no coração de uma floresta tão colorida que parecia pintada a mão, existia um laboratório especial. Não era um laboratório comum; suas paredes de vidro refletiam as árvores frondosas e dentro dele, invenções incríveis ganhavam vida. Lá morava o Professor Sabichão, um cientista de óculos redondos e sorriso acolhedor, sua jovem aprendiz Luna, uma menina de tranças que amava tanto a tecnologia quanto as borboletas, e Zeca, um robô inventor com rodas nos pés e um coração de circuitos bem programado, mas às vezes um pouco desajeitado.

Zeca estava empolgado. Ele trabalhava em sua mais nova invenção: um aspirador de poeira gigante que prometia deixar tudo impecável. Enquanto testava a máquina, o aspirador, por um pequeno erro de calibração, acabou sugando todas as flores do jardim de borboletas que Luna cultivava com tanto carinho bem ao lado do laboratório. O jardim, antes vibrante e cheio de vida, agora estava vazio.

Luna, ao ver a cena, sentiu um nó na garganta. As borboletas que tanto amava não tinham mais onde pousar. Ela olhou para Zeca com os olhos marejados.
Zeca, percebendo o estrago e a tristeza de Luna, abaixou suas antenas.
Ah, Luna, eu sinto muito! Não foi minha intenção, explicou ele, sua voz robótica expressando desânimo.
Mas meu jardim! Exclamou Luna, com a voz embargada. Você o destruiu!
Luna, por favor, me perdoe, Zeca insistiu, suas engrenagens rangendo de preocupação.
Luna virou o rosto. Ela estava magoada e não conseguia pensar em perdoar naquele momento.

O Professor Sabichão, que observava de longe, aproximou-se calmamente.
Zeca, você realmente sente muito pelo que aconteceu? Perguntou o Professor.
Sim, Professor, muito mesmo! Respondeu Zeca, quase sem voz.
E você, Luna, entende que foi um acidente?
Sim, Professor, mas ainda estou triste. As borboletas não têm mais flores!

O Professor Sabichão sorriu.
A tristeza é natural, Luna. Mas a amizade é como um jardim. Às vezes, surgem desafios inesperados. O importante é regá-la com carinho e cuidado, e saber perdoar. Perdoar não é esquecer o que aconteceu, mas dar uma nova chance para o coração e para a amizade.
Zeca olhou para Luna, esperançoso.
Eu posso consertar o jardim, Luna. Posso ajudar a plantar novas flores, as mais bonitas que existirem, prometeu o robô.
Luna hesitou, mas a sinceridade na voz de Zeca e as palavras do Professor a tocaram. Ela pensou nas muitas aventuras que já tiveram juntos, nas vezes em que Zeca a ajudou.
Está bem, Zeca, disse Luna, um pequeno sorriso surgindo em seus lábios. Eu te perdoo. Mas você vai me ajudar a deixar o jardim ainda mais lindo que antes!

Zeca deu um pulo robótico de alegria. Nos dias seguintes, Luna e Zeca trabalharam juntos. Zeca usou suas ferramentas para preparar a terra, e Luna plantou sementes coloridas, das mais variadas espécies. O Professor Sabichão trouxe mudas especiais que atraíam borboletas. Com cada flor que nascia, a amizade entre Luna e Zeca florescia ainda mais forte.

Em pouco tempo, o jardim estava espetacular, mais vibrante e cheio de borboletas do que nunca. Luna e Zeca sentavam lado a lado, observando as borboletas dançarem no ar. Aquele dia, eles aprenderam que perdoar é um presente que damos a nós mesmos e aos outros, e que a amizade verdadeira é capaz de superar qualquer obstáculo, florescendo sempre com um brilho especial.