No alto de uma montanha tranquila, no interior de Minas Gerais, vivia o Doutor Aurélio. Sua oficina, mais parecia um portal para a imaginação: cheia de engrenagens que giravam sozinhas, fios coloridos que se entrelaçavam em desenhos malucos e luzes cintilantes que piscavam como pequenas estrelas. Doutor Aurélio não era um inventor comum, ele inventava coisas para fazer as pessoas sorrirem, especialmente sua filha, Sofia.
Sofia, uma menina de cabelos cacheados e olhos curiosos como duas jabuticabas, adorava passar as tardes na oficina de seu pai. Um dia, olhando para o céu estrelado do quintal, ela viu uma estrela cadente.
Pai, pai!, ela exclamou. Eu queria tanto pegar uma estrela cadente para mim!
Doutor Aurélio sorriu, passando a mão nos cabelos de Sofia. Minha pequena aventureira, estrelas cadentes são rápidas e distantes. Mas talvez possamos inventar um jeito de tê-las pertinho de nós.
E assim começou a nova aventura na oficina. Doutor Aurélio pegou suas ferramentas mais brilhantes. Lumos, um pequeno robô esférico que flutuava e emitia uma luz suave, zumbiu animado, pronto para ajudar. Lumos era a mais nova invenção do Doutor Aurélio, programado para auxiliar em suas criações mais especiais.
Durante dias, a oficina ecoou com o som de ferramentas, o clique de botões e o suave zumbido de Lumos. Sofia ajudava, segurando parafusos e alcançando peças, enquanto seu pai explicava cada etapa. Eles construíam o que Doutor Aurélio chamou de O Capturador de Sonhos Estrelados. Não era uma máquina para pegar estrelas de verdade, mas para criar uma mágica particular.
Finalmente, em uma noite clara, com o céu salpicado de mil pontinhos de luz, eles levaram o aparelho para o quintal. O Capturador de Sonhos Estrelados era uma caixa grande e reluzente, cheia de lentes e espelhos, e Lumos estava conectado a ele, brilhando ainda mais forte.
Doutor Aurélio ligou a máquina. Uma luz suave começou a dançar no céu acima deles. De repente, feixes de luz coloridos se lançaram para o alto, desenhando no ar o brilho de dezenas, centenas de estrelas cadentes, todas para Sofia! Elas pareciam cair bem pertinho, uma chuva de luzes cintilantes que transformava o quintal em um palco de sonhos.
Sofia girava, pulava e ria, tentando tocar as luzes que passavam. Pai, é a coisa mais linda que já vi!, ela disse, abraçando o Doutor Aurélio com força.
O Doutor Aurélio abraçou sua filha, com um brilho de felicidade nos olhos. As estrelas verdadeiras podem estar lá longe, Sofia, mas a magia da nossa imaginação e do tempo que passamos juntos pode trazer a beleza do universo bem para o nosso lar.
Naquela noite, sob um céu de estrelas reais e projetadas, Sofia aprendeu que as melhores invenções não eram as que faziam coisas grandes, mas sim as que criavam momentos de alegria e memórias preciosas. E seu pai, o Doutor Aurélio, era o maior inventor de sonhos que ela poderia desejar.
