Léo era um menino de oito anos com olhos que pareciam capturar cada brilho de estrela. Ele percebia o mundo de um jeito único, um universo de detalhes que muitas vezes passavam despercebidos aos outros. Sua paixão eram as estrelas, e ele podia passar horas observando os padrões e cores do céu noturno de seu vilarejo, à beira do Lago Serena.
Sua melhor amiga era Sofia, uma menina com cachos dourados e um sorriso contagiante. Ela nem sempre entendia Léo, especialmente quando ele ficava muito focado em algo e parecia não ouvir, mas Sofia sempre tentava ver o mundo pelos olhos dele. Ela sabia que Léo tinha uma forma especial de enxergar a beleza em tudo.
Perto do vilarejo, em uma colina suave, ficava uma antiga torre de pedra que havia sido adaptada por Dona Laura, uma astrônoma amadora muito querida. Dona Laura era como uma avó para todas as crianças, e sua torre era um refúgio de conhecimento e curiosidade. Ela tinha um telescópio imenso e contava histórias fascinantes sobre planetas e galáxias.
O vilarejo se preparava para o grande Festival das Estrelas Cadentes, um evento anual muito esperado. Este ano, um cometa raro passaria perto da Terra, e Dona Laura tinha um mapa de observação especial, com coordenadas exatas para que todos pudessem vê-lo. Mas, alguns dias antes do festival, o mapa desapareceu. Dona Laura estava preocupada, o mapa era muito importante e a noite do cometa estava chegando.
Sofia e Léo se ofereceram para ajudar. Eles sabiam que a torre de Dona Laura tinha muitos cantinhos e esconderijos. Enquanto Sofia procurava entre os livros e pilhas de papéis, Léo observava os detalhes. Ele notou uma folha de plátano seca, que não era comum ali, presa a uma rachadura no chão. O plátano crescia apenas em uma trilha específica que levava à parte mais alta da colina, onde havia uma gruta esquecida.
Léo apontou para a folha, com seus olhos fixos. Ele tentava explicar para Sofia e Dona Laura que aquela folha não era de lá. Sofia, compreendendo a pista, sugeriu que talvez o mapa tivesse caído no caminho para a gruta. Dona Laura, surpresa com a observação de Léo, concordou em investigar.
Eles seguiram a trilha do plátano, Léo caminhando um pouco à frente, seus olhos atentos ao chão e aos galhos das árvores. De repente, Léo parou. Ele apontou para uma pequena fenda entre as pedras perto da entrada da gruta. Quase escondido, estava o mapa de observação, um pouco amassado, mas intacto. Provavelmente, o vento o levara até lá.
Sofia e Dona Laura vibraram de alegria. Dona Laura abraçou Léo, dizendo o quanto sua visão única havia sido essencial. Ela explicou que Léo percebia o mundo de um jeito diferente, e isso era um superpoder.
No Festival das Estrelas Cadentes, todos puderam ver o cometa graças ao mapa encontrado. Léo sentiu-se parte de algo grande e importante. Sofia sorriu para ele, sabendo que a amizade deles e a maneira especial de Léo ver o mundo eram os verdadeiros tesouros. Eles aprenderam que cada pessoa tem um jeito único de brilhar, e que as diferenças nos tornam mais fortes e especiais. O céu noturno parecia ainda mais vasto e cheio de promessas.



















