Na vibrante Cidade dos Fluxos, onde carros zuniam como abelhas trabalhadoras e pedestres andavam apressados como formigas em missão, vivia Seu Luminoso. Ele não era um semáforo comum. Suas luzes, além de indicarem Parar, Atenção e Seguir, brilhavam com uma pequena emoção extra. Quando o trânsito ficava caótico, Seu Luminoso sentia um aperto em seu coração de aço e suas luzes pareciam piscar um pouco mais tristes.
Um dia, enquanto a confusão no cruzamento principal estava insuportável, Dona Corujinha, em sua ronda matinal entregando o Jornal da Cidade, pousou em seu braço robusto. Dona Corujinha disse bom dia a Seu Luminoso, notando que pelo brilho apagadinho das luzes dele, o dia não parecia fácil.
Ah, Dona Corujinha, suspirou Seu Luminoso, sua luz vermelha tremelicando um pouco. Ele lamentou que ninguém parecia prestar atenção, que era só buzina, correria e pouca paciência. Seu maior desejo era que todos entendessem a importância de cada cor.
Dona Corujinha piscou seus olhos grandes. Ela ponderou e sugeriu que poderiam mostrar a eles de um jeito divertido, talvez com um jogo.
Um jogo? Seu Luminoso girou uma de suas lâmpadas em curiosidade.
Enquanto isso, lá em cima, na janela de seu apartamento, Pedro observava a rua. Ele notou que Seu Luminoso parecia diferente hoje, mais pensativo. Pedro era um menino que adorava descobrir os segredos da cidade.
Dona Corujinha explicou sua ideia: eles fariam um dia especial, onde as cores do semáforo não seriam apenas regras, mas convites para a ordem e a alegria. Seu Luminoso adorou a ideia e, juntos, eles planejaram tudo.
No dia seguinte, algo estranho aconteceu na Cidade dos Fluxos. Quando a luz vermelha de Seu Luminoso se acendia, uma melodia suave tocava, convidando os carros a pararem e os pedestres a esperarem com calma. Muitos estranharam no início, mas a música era tão gostosa que logo começaram a batucar no volante ou a balançar os pés no ritmo.
Quando a luz amarela surgia, um som divertido de apito avisava que a atenção era crucial. As pessoas sorriam, piscavam os olhos e se preparavam. Era um aviso alegre, não um aviso de pressa.
E quando a luz verde brilhava, um jingle animado anunciava que era para ir, ir, ir, com segurança e atenção! O trânsito fluía com leveza, e motoristas e pedestres se cumprimentavam.
Pedro, da sua janela, assistiu a tudo com olhos arregalados. Ele desceu correndo e foi até Seu Luminoso. Pedro perguntou o que estava acontecendo, pois a cidade parecia mais feliz!
Seu Luminoso piscou sua luz verde e explicou que era o jogo deles, um jogo de respeito e cooperação.
Dona Corujinha voou e pousou no ombro de Pedro. Ela acrescentou que era para mostrar que, com um pouquinho de atenção e paciência, o trânsito pode ser uma dança harmoniosa.
A partir daquele dia, a Cidade dos Fluxos se transformou. O jogo de Seu Luminoso e Dona Corujinha, com a curiosidade de Pedro, ensinou a todos que as regras do trânsito não eram apenas para obedecer, mas para garantir que todos chegassem aos seus destinos em segurança e com um sorriso no rosto. E Seu Luminoso, com suas luzes brilhando mais do que nunca, sentia seu coração de aço transbordar de alegria.
