Em um cantinho sereno de Minas Gerais, onde as montanhas pareciam abraçar o céu, morava uma menina chamada Celeste. Seus olhos grandes e curiosos eram como duas estrelas, e seu maior passatempo era observar a lua do quintal de sua casa. Todas as noites, Celeste e seu amigo inseparável, Pipoca, um vagalume que brilhava mais que todos os outros, sentavam-se na varanda para admirar o espetáculo lunar.
Uma noite, algo diferente aconteceu. A lua, que sempre parecia um disco prateado e brilhante, estava um pouco… minguada. Não era a lua cheia gloriosa que Celeste tanto amava.
Ah, Pipoca, a lua está triste hoje? Ela perdeu um pedaço do seu brilho, murmurou Celeste, com uma pontinha de preocupação na voz.
Pipoca, piscando suas luzinhas sem parar, voou em círculos. Bzzzz… não sei, Celeste! Mas não parece a mesma!
Celeste, com o coração apertado, decidiu que precisava de respostas. Ela sabia exatamente para onde ir: o observatório do Professor Astolfo. O Professor era um senhor muito gentil, com uma barba branca e um sorriso que parecia ter a mesma idade das estrelas. Ele morava em uma torre redonda no alto da colina, que parecia um castelo de onde saíam raios de luz para o céu.
Na manhã seguinte, assim que o sol nasceu, Celeste e Pipoca seguiram a trilha que levava ao observatório. O caminho era cheio de flores silvestres e o canto dos pássaros. Ao chegarem, o Professor Astolfo os recebeu com um caloroso bom dia.
Bom dia, Professor Astolfo! exclamou Celeste, sem rodeios. A lua está doente? Ela perdeu um pedaço!
Professor Astolfo sorriu, convidando-os a entrar. Não, minha querida Celeste. A lua não está doente. Ela está apenas passando por uma de suas fases. É como se ela estivesse trocando de roupa!
Ele a levou até uma mesa cheia de livros e globos, e pegou um modelo da Terra e da Lua. Vejam, continuou ele, a lua gira ao redor da Terra, e enquanto ela faz isso, o sol ilumina diferentes partes dela. Quando vemos a lua inteira, é a lua cheia. Quando vemos só um pedacinho, é a lua crescente ou minguante. É um ciclo que se repete, sempre.
Celeste e Pipoca ouviram atentamente, os olhos arregalados. É um ciclo? Perguntou Celeste.
Sim, um ciclo lindo! E cada fase tem sua própria beleza. Mas que tal virem hoje à noite para observar a lua no meu telescópio superpotente? Assim, vocês poderão ver os detalhes e entender ainda melhor!
Celeste pulou de alegria. Sim, Professor! Mal posso esperar!
Naquela noite, sob um céu estrelado que parecia um cobertor de veludo salpicado de diamantes, Celeste e Pipoca estavam de volta ao observatório. O Professor Astolfo ajustou o telescópio, e Celeste colocou o olho na lente. Uau! Exclamou ela. A lua está linda! E eu consigo ver as montanhas e as crateras!
Professor Astolfo explicou sobre os mares lunares e as terras altas, sobre como a luz do sol reflete na superfície da lua. Celeste, observando as imagens incríveis, entendeu que a beleza da lua não diminui, apenas se transforma. Ela percebeu que cada fase, seja crescente, cheia, minguante ou nova, tem seu próprio encanto e que a mudança é uma parte natural e maravilhosa do universo.
Ela voltou para casa com o coração leve e a cabeça cheia de novas descobertas. Compartilhou tudo com Pipoca, que piscava suas luzinhas em aprovação. Antes de dormir, Celeste desenhou em seu caderno todas as fases da lua, prometendo a si mesma que continuaria a explorar os mistérios do céu. Afinal, o universo era um livro gigante, e ela mal podia esperar para ler a próxima página.



















