Na pequena e movimentada cidade de Sol Nascente, vivia Nina, uma menina de olhos curiosos e um sorriso sempre pronto. Nina adorava brincar no parque, mas ultimamente notava algo diferente. Havia muitas coisas jogadas pelas calçadas: garrafas de plástico vazias, latas amassadas e pedaços de papel. Ela se perguntava para onde tudo aquilo ia.
Um dia, enquanto caminhava perto da floresta que abraçava a cidade, Nina ouviu um barulhinho estranho, como se alguém estivesse batucando. Curiosa, ela seguiu o som e encontrou Zico, um macaco-prego de pelos castanhos e olhos espertos, usando uma latinha como tambor. Zico não era um macaco comum. Ele adorava colecionar coisas que as pessoas jogavam fora.
Olá, Zico, disse Nina, surpresa. O que você está fazendo com essas coisas?
Zico parou de batucar, olhou para Nina com um brilho nos olhos e gesticulou para sua pilha de objetos. Ah, Nina, estes são tesouros, ele explicou, usando uma mistura de sons e gestos. As pessoas pensam que é lixo, mas para mim, são peças de invenções!
Nina ficou fascinada. Zico mostrou a ela um pequeno carrinho feito com tampinhas de garrafa e palitos de sorvete, e um regador feito com uma garrafa PET. Era incrível!
Enquanto conversavam, os dois viram Dona Aurora, uma senhora com cabelos brancos como a neve e um coração gentil, cuidando do Jardim Comunitário Esplendor. Dona Aurora parecia um pouco triste.
Tudo bem, Dona Aurora?, perguntou Nina.
A velha senhora suspirou. Ah, meus queridos. O jardim está lindo, mas eu sonhava em ter um banco colorido para as pessoas descansarem e mais vasos para as minhas novas mudas. Mas as coisas custam caro.
Nina e Zico se entreolharam. Uma ideia brilhante acendeu nos olhos de Nina. Zico, e se usarmos os seus tesouros para ajudar a Dona Aurora?
Os olhos de Zico brilharam ainda mais. Ele pulou de alegria. Sim! Podemos criar coisas maravilhosas!
No dia seguinte, Nina e Zico se dedicaram à tarefa. Zico, com sua destreza, e Nina, com sua paciência, começaram a separar as garrafas PET por cor. Com a ajuda de um martelo e pregos, que Zico manipulava com surpreendente habilidade, eles juntaram as garrafas e as transformaram em um banco resistente e muito colorido. As latas, depois de limpas e pintadas por Nina com tintas alegres que Dona Aurora doou, viraram vasos charmosos para as flores.
Dona Aurora observava tudo com um sorriso que iluminava seu rosto. Era uma dança de cores e criatividade.
Quando o banco e os vasos estavam prontos, o Jardim Comunitário Esplendor se transformou. O banco colorido convidava ao descanso e as flores nos vasos reciclados pareciam sorrir ainda mais brilhantes.
A notícia do projeto de Nina, Zico e Dona Aurora se espalhou pela cidade. As pessoas vinham ver o jardim e ficavam impressionadas com o que a reciclagem podia fazer. Logo, caixas de coleta de materiais recicláveis apareceram pela cidade, e as crianças começaram a levar seus próprios tesouros para Zico, ansiosas para ver o que ele e Nina criariam.
O Jardim dos Tesouros Esquecidos não era mais apenas um jardim. Era um símbolo de amizade, criatividade e de como cuidar do planeta podia ser divertido e transformador. E Nina, Zico e Dona Aurora se tornaram os guardiões desse novo ciclo de vida, mostrando a todos que o que parecia lixo, nas mãos certas, podia se tornar algo valioso e cheio de esperança.
