Numa ensolarada tarde de sábado, Alice, uma menina de oito anos com olhos tão curiosos quanto estrelas, visitou o laboratório do seu vizinho, o Professor Bento. O Professor Bento era um cientista divertido, com cabelos despenteados que pareciam ter vida própria e um óculos que teimava em escorregar do nariz. Ele adorava inventar coisas incríveis e responder às milhões de perguntas de Alice.

— Professor Bento! — exclamou Alice, com uma lista mental de perguntas. — Como é que eu respiro? E como meu coração bate sem parar? É mágico?

O Professor Bento riu, ajeitando os óculos. — Não é mágico, minha pequena cientista! É ciência, mas é ainda mais fascinante que magia. E hoje, você terá a chance de ver tudo isso de perto! — Ele apontou para uma nave minúscula, reluzente e com bolhas de luz, que pairava sobre uma mesa. — Apresento a você a Micro-Navegador, minha mais nova invenção! E este é Blip, nosso assistente. — Um robô pequeno e esférico, com uma única lente azul que servia de olho, flutuou suavemente para perto de Alice, emitindo um suave bip-bop. Blip tinha uma voz suave e sempre tinha informações prontas.

A Micro-Navegador era capaz de encolher e explorar os menores lugares. O Professor Bento havia criado um modelo superavançado do corpo humano, um boneco transparente e interativo, que mostrava todos os órgãos como se estivessem vivos. Era ali que eles fariam sua jornada.

— Primeiro destino: os pulmões! — anunciou o Professor Bento, enquanto ele, Alice e Blip embarcavam na nave. Eles encolheram, tornando-se menores que um grão de areia, e flutuaram para dentro do modelo. Dentro dos pulmões, Alice viu milhões de balõezinhos elásticos, os alvéolos. Eles se enchiam e esvaziavam em um ritmo suave.

— Aqui é onde o ar que você respira encontra o sangue — explicou Blip, sua lente azul piscando informações na tela que aparecia em sua barriga. — O oxigênio entra no sangue, e o gás carbônico sai, pronto para ser expirado. É como uma grande troca de presentes!

Alice estava maravilhada. Era um balé silencioso e contínuo. Depois, eles seguiram para o coração, uma máquina poderosa e incansável. Alice sentiu o ritmo das batidas, um tambor constante que impulsionava a vida.

— Ele trabalha sem parar, bombeando o sangue para cada cantinho do seu corpo — disse o Professor Bento, apontando para as válvulas que abriam e fechavam com precisão. — É o motor da sua existência, forte e resistente.

Por último, a Micro-Navegador os levou ao cérebro, um labirinto incrível de células e conexões luminosas, como uma cidade futurista cheia de estradas e semáforos piscantes.

— Aqui é onde você pensa, sente, sonha e aprende — informou Blip. — Cada pensamento, cada emoção, é uma pequena descarga elétrica que viaja por essas conexões. É o centro de comando de tudo que você é!

Alice olhou para as luzes piscando, sentindo uma nova admiração pelo seu próprio corpo. Ela entendeu que não era magia, mas uma engenharia perfeita e complexa, funcionando em harmonia.

De volta ao laboratório, já em tamanho normal, Alice abraçou o Professor Bento. — Que aventura incrível! Agora eu sei que meu corpo é um universo por si só, e que cada parte é super importante. Eu vou cuidar muito bem dele!

O Professor Bento sorriu, feliz por ver a centelha de conhecimento nos olhos de Alice. E Blip deu um bip-bop animado. Alice tinha descoberto que a maior aventura de todas estava dentro dela mesma, uma maravilha da ciência esperando para ser explorada.