Sofia era uma menina cheia de perguntas, especialmente sobre as coisas que não se podiam ver. Seus olhos grandes e curiosos viviam observando o mundo. Um dia, enquanto brincava no parque, ela tentou pegar o ar com as mãos. Ela as fechava com força, mas quando as abria, não havia nada. O ar parecia um segredo invisível, e isso a intrigava muito.
— Como o ar pode estar em todo lugar, mas ninguém consegue vê-lo ou pegá-lo? — perguntou Sofia para sua mãe, que lia um livro no banco.
A mãe sorriu. — O ar é assim, filha. Invisível, mas muito importante.
Sofia não se contentou. Ela queria saber mais sobre esse amigo silencioso. Lembrou-se do Professor Gael, que morava no alto da colina, num antigo observatório com uma cúpula brilhante. Diziam que ele estudava as coisas mais estranhas e invisíveis do mundo.
No dia seguinte, Sofia subiu a colina, o coração batendo forte de curiosidade. Ao chegar, encontrou o Professor Gael, com seus cabelos brancos desgrenhados e óculos na ponta do nariz, observando algo através de um telescópio virado para o céu azul.
— Professor Gael? — chamou Sofia, um pouco tímida.
O professor se virou, os olhos brilhando por trás das lentes. — Ora, ora, uma visitante! O que a traz ao meu humilde observatório, jovem exploradora?
— Eu vim porque tenho uma pergunta sobre o ar. Ele é invisível, mas sinto que está sempre por perto. O que é o ar? — perguntou Sofia, sem rodeios.
Professor Gael sorriu. — Uma excelente pergunta, Sofia! O ar é uma das coisas mais maravilhosas do universo! Venha, vou lhe mostrar.
Ele a levou para fora, para um jardim ventoso cheio de cata-ventos coloridos.
— O ar, Sofia, é como um rio invisível que corre por todos os lados. Ele não tem cor nem cheiro, mas está vivo! Observe!
O professor pegou um lenço leve e o jogou para cima. O ar o carregou, fazendo-o flutuar e dançar no céu antes de descer suavemente.
— O vento é o ar em movimento. Ele faz as folhas balançarem, as nuvens viajarem e até o seu cabelo voar! É como a respiração do nosso planeta.
Ele então mostrou a ela um balão vazio.
— Dentro de nós, e de tudo que nos cerca, há ar. Quando enchemos um balão, estamos colocando mais ar dentro dele. E quando soltamos o ar, ele escapa e faz o balão voar!
Sofia estava encantada. Ela correu e soprou um cata-vento, vendo-o girar rapidamente. Ela sentiu o vento no rosto e imaginou o ar, não como um vazio, mas como um abraço gigante e invisível.
— E o mais importante, Sofia — disse o Professor Gael, com um tom carinhoso —, o ar é o que nos permite respirar, a cada segundo, a cada instante. É o que nos dá vida. Ele está em todo lugar, nos ajudando a viver, a sentir, a voar.
Sofia fechou os olhos e respirou fundo, sentindo o ar entrar e sair de seus pulmões. Era um segredo maravilhoso, sempre presente, sempre gentil. Ela entendeu que mesmo as coisas invisíveis podem ser as mais importantes. Ela agradeceu ao Professor Gael e desceu a colina, sentindo-se mais leve e mais sábia. O ar, antes um mistério, agora era seu amigo sussurrante, lembrando-a da beleza e da vida em tudo que a cerca. E ela sabia que, a partir daquele dia, olharia para o mundo com olhos ainda mais curiosos, buscando os segredos invisíveis que a vida escondia.



















