Na vibrante cidade de Harmonia Sonora, onde cada som era uma nota em uma grande orquestra, vivia Bento, um garoto de dez anos com ouvidos aguçados e uma mente cheia de invenções. Para Bento, o mundo era uma canção infinita, e o que mais o intrigava eram os nomes. Ele acreditava que cada nome próprio carregava uma melodia única, uma sinfonia secreta que, quando descoberta, revelava a essência de quem o carregava.
Bento passava suas manhãs em seu laboratório caseiro, rodeado de fios coloridos, engrenagens e alto-falantes de todos os tamanhos. Sua companheira inseparável era Lírio, uma robô-assistente elegante e lógica, com olhos que brilhavam como safiras e uma voz suave que explicava conceitos complexos com a maior clareza. Juntos, eles trabalhavam no Somafônico, um dispositivo que prometia decifrar as vibrações sonoras ocultas em cada nome.
Certo dia, a cidade começou a soar um pouco diferente. A melodia suave dos ventos parecia desafinada, e o zumbido harmônico dos veículos, antes perfeito, agora tinha uma nota estranha. Preocupado, Bento se dirigiu ao Grande Arquivo de Ecos, um prédio esférico feito de vidro e metal que guardava a história sonora de Harmonia Sonora. Lá, ele encontrou Dona Cleide, a guardiã do arquivo, uma senhora com cabelos brancos como nuvens e um sorriso acolhedor.
Dona Cleide, com sua sabedoria, explicou: A grande sinfonia de Harmonia Sonora dependia de todas as suas notas, incluindo as mais antigas. As melodias dos nomes dos fundadores e grandes figuras do passado da cidade estavam se esvaindo, causando o desequilíbrio. O desafio era reencontrá-las antes que a melodia da cidade se perdesse para sempre.
Bento, com a ajuda de Lírio e a orientação de Dona Cleide, decidiu usar o Somafônico para a grande busca. Sua primeira parada foi a praça central, onde o nome do primeiro prefeito, Joaquim, ainda ressoava em uma antiga fonte. Bento ativou o Somafônico, e um suave zumbido preencheu o ar, revelando uma melodia forte e decidida. O dispositivo registrou a sinfonia de Joaquim, e a fonte pareceu brilhar com uma luz renovada.
Em seguida, eles foram ao antigo jardim botânico, onde a botânica Helena havia plantado as primeiras árvores musicais. Seu nome, Helena, ecoava suavemente entre as folhas que sussurravam. O Somafônico capturou uma melodia gentil e cheia de vida, e as árvores pareceram dançar com mais vigor.
A cada nome encontrado, a sinfonia de Harmonia Sonora recuperava sua plenitude. A melodia da cidade voltou a ser alegre e completa. Bento, Lírio e Dona Cleide celebraram o sucesso, sabendo que haviam restaurado a harmonia não apenas dos sons, mas também das memórias e da identidade da cidade. Bento aprendeu que cada nome, não importava quão grande ou pequeno, era uma nota essencial na melodia da vida.



















