No coração da futurista Cidade Rodante, onde carros voadores deslizavam por avenidas brilhantes e patinetes elétricos zuniam em ciclovias coloridas, vivia um pequeno semáforo chamado Semaforinho Lelé. Lelé não era um semáforo comum. Seus olhos luminosos, que deveriam alternar entre verde, amarelo e vermelho com precisão, às vezes se confundiam. Era um desafio para ele manter a ordem no trânsito, e os veículos da cidade notavam sua distração.
Um dia, enquanto Lelé hesitava entre o verde e o vermelho, causando um pequeno engarrafamento de patinetes e bicicletas, uma elegante e-scooter de rodas cintilantes se aproximou. Era Dona Clementina, a mais experiente e prudente entre todos os veículos de duas rodas.
Ora, Semaforinho Lelé, vejo que hoje seus brilhos estão um pouco indecisos, não é mesmo? — disse Dona Clementina com um sorriso amigável em seu para-brisa.
Lelé piscou suas luzes timidamente. — Ah, Dona Clementina, eu tento, mas às vezes as cores se misturam na minha cabeça de luzes. É tão importante saber qual luz acender na hora certa, não é?
De repente, um pequeno zumbido se fez ouvir, e um drone curioso, chamado Pipoca, desceu suavemente, pousando ao lado deles. Pipoca era um mensageiro aéreo que adorava observar tudo do alto. — Eu posso ajudar! Vi tudo lá de cima! O segredo é entender o que cada luz significa para todos! — exclamou Pipoca, girando suas hélices com entusiasmo.
Dona Clementina teve uma ideia. — Que tal uma pequena aventura pela Cidade Rodante, Semaforinho Lelé? Pipoca pode nos guiar do alto, e eu posso explicar o que cada lei de trânsito significa em cada cruzamento.
Semaforinho Lelé, animado com a proposta, concordou. Ele desencaixou-se de seu poste — sim, na Cidade Rodante, os semáforos podiam se mover para aprender! — e rolou ao lado de Dona Clementina, com Pipoca flutuando à frente.
A primeira parada foi num movimentado cruzamento perto da Escola da Inovação. Ali, Dona Clementina apontou para as faixas de pedestres. — Veja, Lelé, quando sua luz está vermelha para os veículos, ela está dizendo aos carros para PARAREM. Mas, para os pedestres, é um convite para ATRAVESSAR. É uma regra de respeito, para que todos cheguem em segurança. Lelé acendeu sua luz vermelha com firmeza, e viu as crianças atravessarem felizes.
Em seguida, eles foram para uma rotatória cheia de carros voadores e ônibus flutuantes. Pipoca, que tinha uma visão privilegiada, explicou: — Aqui, Semaforinho, quem já está na rotatória tem a preferência! Os outros veículos precisam ESPERAR para entrar. É como um grande carrossel onde todos esperam a sua vez para não haver colisões. Lelé tentou coordenar as entradas e saídas, imaginando uma dança elegante de veículos.
A aventura continuou até uma rua mais calma, mas com muitos veículos estacionados de forma incorreta. — E as vagas, Dona Clementina? — perguntou Lelé.
— Ah, Semaforinho, cada vaga tem seu propósito. Não podemos estacionar onde atrapalha a passagem ou bloqueia uma rampa de acesso, por exemplo. É uma lei de cuidado, para que ninguém seja prejudicado — respondeu Dona Clementina, desviando de um carro que estava quase em cima da calçada.
Ao longo do dia, Semaforinho Lelé aprendeu sobre a importância de usar o cinto de segurança, de não usar o celular ao dirigir, de respeitar os limites de velocidade e de sempre sinalizar as viradas. Com a ajuda paciente de Dona Clementina e as observações perspicazes de Pipoca, as luzes de Lelé começaram a brilhar com confiança e clareza. Ele já não se confundia mais.
No final do dia, de volta ao seu poste, Semaforinho Lelé era o semáforo mais confiável da Cidade Rodante. Suas luzes brilhavam com uma nova certeza, e o trânsito fluía suavemente. Ele havia descoberto que as leis de trânsito não eram apenas regras, mas sim um grande abraço de cuidado e respeito entre todos que compartilhavam as ruas. E assim, Semaforinho Lelé, Dona Clementina e Pipoca mostraram a todos que aprender as regras é o primeiro passo para uma cidade mais segura e feliz.