No coração de um vale encantado, onde o sol e a chuva dançavam juntos quase todos os dias, ficava a majestosa Figueira das Maravilhas. Suas raízes profundas abraçavam a terra e seus galhos se estendiam como braços gigantes em direção ao céu. Ali vivia Joca, um toucan de bico colorido e penas brilhantes, conhecido por sua sabedoria sobre os fenômenos naturais.
Sofia, uma menina com cabelos cacheados e olhos curiosos como duas jabuticabas, adorava visitar Joca. Sempre levava seu caderno de anotações e lápis coloridos para desenhar as nuvens e as gotas de chuva. Seu amigo Léo, um menino com um boné virado para trás e um sorriso sapeca, que adorava construir pequenas engenhocas com gravetos e folhas, vinha sempre junto.
Um dia, enquanto observavam as nuvens que pareciam algodão-doce flutuando no azul, Sofia perguntou a Joca: Por que o arco-íris aparece depois da chuva?
Joca, com sua voz grave e melodiosa, explicou que o arco-íris era um abraço colorido do sol e da chuva. Ele disse que quando a luz do sol passava pelas pequenas gotas de água suspensas no ar, ela se separava em todas as cores que conhecemos, como se as gotinhas fossem mini-prismas. E para ver o arco-íris, precisavam ter o sol nas costas e a chuva à frente.
Léo, sempre prático, apontou para uma pequena plantinha rara que crescia perto de uma rocha, bem na base da Figueira. Ele disse que aquela plantinha parecia tão frágil, e eles deveriam protegê-la.
De repente, o céu escureceu mais rápido do que o normal. Gotas grossas de chuva começaram a cair, e o vento soprou forte, fazendo as folhas da Figueira das Maravilhas dançarem. Não era uma chuva comum. A água descia em enxurrada pela encosta, ameaçando levar a pequena planta de Léo.
Sofia e Léo se entreolharam, preocupados. Joca planou até eles e disse que a natureza tinha sua força, mas eles tinham a inteligência e o trabalho em equipe. Ele lembrou a Sofia sobre a direção do vento e a Léo sobre a inclinação do terreno.
Léo teve uma ideia. Ele rapidamente usou gravetos e algumas pedras para criar pequenas barreiras e desviar o fluxo da água, enquanto Sofia, seguindo a direção do vento, empurrava uma folha grande para criar uma pequena cobertura, protegendo a planta das gotas mais fortes. Joca, do alto, observava e dava algumas dicas com seus piados.
Trabalhando juntos, eles conseguiram proteger a plantinha. A chuva forte durou pouco e, assim que parou, o sol brilhou, pintando o céu com um arco-íris duplo, mais vibrante e majestoso do que nunca. As cores pareciam festejar a vitória deles.
Sofia e Léo olharam para a plantinha, que estava a salvo, e depois para o arco-íris. Eles aprenderam que os fenômenos naturais eram maravilhosos, mas também que a coragem, a observação e a amizade podiam ajudar a superar os desafios que a natureza apresentava. Joca piou satisfeito. O vale estava em paz novamente, e a Figueira das Maravilhas parecia sorrir, guardando para sempre o segredo do arco-íris gigante e a lição de três grandes amigos.



















