Na exuberante Cidade Flutuante, que navegava serenamente sobre as águas cintilantes do Rio Celeste, vivia Léo, um garoto de óculos grandes e mente cheia de ideias, e Aysha, uma menina com sorriso travesso e agilidade de macaco. Léo amava suas invenções e passava horas observando a natureza, enquanto Aysha preferia escalar as árvores gigantes que margeavam o rio, sentindo a brisa e conversando com os pássaros. Eles eram os melhores amigos e tinham um segredo: o Rio Celeste, que antes brilhava com um azul tão intenso que parecia pedaço do céu, estava perdendo seu encanto.
As águas, antes cristalinas, começavam a ficar opacas, e os peixes coloridos que nadavam em cardumes diminuíam a cada dia. Preocupados, Léo e Aysha procuraram o Professor Horácio Sabichão, um senhor de cabelos brancos desgrenhados e olhos curiosos, conhecido por ser o guardião do conhecimento ecológico da Cidade Flutuante. O Professor Sabichão, com sua voz calma, explicou que algo estava desequilibrando o rio e que eles precisavam agir antes que fosse tarde demais.
Os três embarcaram em um pequeno barco solar, batizado de “Navegante Verde”. Léo trouxe seu caderno de anotações e Aysha, uma rede de observação especial. A aventura os levou rio abaixo, por trechos nunca antes explorados. Eles passaram por florestas de nenúfares gigantes e pontes feitas de cipós, sempre atentos a qualquer sinal. Aysha, com sua visão aguçada, foi a primeira a notar: um brilho estranho vindo do fundo do rio, perto de uma formação rochosa.
Ao se aproximarem, descobriram uma antiga estrutura subaquática, quase esquecida, que emanava uma substância escura e pegajosa. Não era sujeira jogada, mas algo que vinha de dentro da própria estrutura, um resíduo de um experimento antigo. Era isso que estava afetando a cor e a vida do Rio Celeste! O Professor Sabichão rapidamente reconheceu o problema e sugeriu uma solução engenhosa: eles precisavam de plantas aquáticas especiais, as “Filtradoras Azuis”, que tinham o poder de purificar a água e neutralizar os resíduos.
A missão agora era encontrar as Filtradoras Azuis, que cresciam apenas em uma lagoa escondida, protegida por um labirinto de raízes subaquáticas. Léo usou seus conhecimentos de navegação e Aysha, sua destreza para guiar o barco pelos caminhos estreitos. Juntos, eles encontraram as plantas e as transportaram cuidadosamente de volta ao Rio Celeste.
Com o trabalho em equipe, os três plantaram as Filtradoras Azuis ao redor da estrutura subaquática. Dias se passaram, e o resultado foi surpreendente. As plantas começaram a absorver os resíduos, e o Rio Celeste, lentamente, recuperou seu brilho original. Os peixes voltaram a nadar em cardumes vibrantes, e a vida aquática floresceu novamente.
Léo, Aysha e Professor Sabichão celebraram o sucesso. Eles aprenderam que, com curiosidade, coragem e o poder do trabalho em equipe, é possível cuidar do nosso planeta e restaurar a beleza da natureza. A Cidade Flutuante continuou a navegar sobre as águas límpidas do Rio Celeste, agora mais azul do que nunca, um lembrete vivo da aventura de três amigos que salvaram o coração de seu mundo.