No coração do Bairro das Invenções, vivia uma menina chamada Duda. Seus cabelos eram cacheados como molas e seus olhos brilhavam com mil ideias a cada segundo. Duda não via o mundo como os outros. Para ela, uma poça de água era um portal para um oceano de brinquedos, e uma nuvem, um castelo de algodão-doce flutuante. Mas, às vezes, suas ideias pareciam tão grandes que ela se perguntava se alguém as entenderia.
Seu melhor amigo era Nilo, um menino com um sorriso contagiante e um jeito de pensar mais prático. Nilo gostava de ver as ideias de Duda, mesmo que achasse algumas bem malucas. Um dia, Duda teve a ideia mais incrível de todas: e se pudéssemos criar uma máquina que transformasse pensamentos em coisas que pudessem voar? Uma Máquina de Ideias Voadoras!
Nilo arregalou os olhos. Duda, isso parece um sonho! Mas como?
Duda não tinha todas as respostas, então eles decidiram procurar o Professor Inácio. O Professor Inácio era um inventor muito conhecido no bairro. Sua casa, que mais parecia um monte de caixas coloridas empilhadas, era cheia de engenhocas barulhentas e cheiros esquisitos. Ao entrarem, viram o Professor, com seus óculos na ponta do nariz e um macacão sujo de graxa, tentando consertar um despertador que tocava uma música de samba.
Ora, ora, Duda e Nilo! O que os traz ao meu humilde laboratório de sonhos quebrados e ideias brilhantes? disse o Professor, com um risinho.
Duda, cheia de entusiasmo, explicou sua ideia. O Professor Inácio ouviu atentamente, balançando a cabeça. Ele pegou uma peça brilhante de metal, que parecia um pequeno parafuso com asas de borboleta. Essa peça, meus jovens, é um Concentrador de Imaginação. Mas sozinha, ela é apenas um metal. Para funcionar, precisa ser alimentada por… criatividade! E o combustível mais potente para a criatividade é a parceria, a partilha de sonhos!
Com a peça misteriosa e as palavras do Professor em mente, Duda e Nilo voltaram para a casa de Duda. Eles montaram a Máquina de Ideias Voadoras usando sucata, caixas, tubos e muitos fios coloridos. Duda desenhava as formas mais fantásticas e Nilo ajudava a encontrar as peças certas e a encaixá-las com cuidado. Às vezes, eles discordavam. Nilo queria um botão mais resistente, Duda queria que ele tivesse formato de estrela. Mas sempre encontravam um jeito de combinar as duas ideias.
Quando a máquina estava pronta, ela parecia um pássaro robótico gigante feito de retalhos, com muitas alavancas e luzes piscantes. Duda colocou o Concentrador de Imaginação no lugar. Agora, qual será nossa primeira ideia?
Nilo pensou. Que tal uma nuvem? Mas não uma nuvem qualquer. Uma nuvem que faça chover… alegria! E que seja cheia de todas as cores do arco-íris!
Duda sorriu. Adorei!
Eles fecharam os olhos e pensaram intensamente na nuvem colorida que chovia alegria. Duda apertou uma alavanca. A máquina vibrou, fez um barulho engraçado e, de repente, uma nuvem pequena e fofinha, com tons vibrantes de azul, rosa, amarelo e verde, surgiu no ar. Ela flutuou pela janela, deixando cair gotículas brilhantes que faziam as pessoas rirem e dançarem nas ruas do Bairro das Invenções.
Foi um sucesso! A Máquina de Ideias Voadoras funcionava! E eles descobriram que, juntos, suas ideias se tornavam ainda mais incríveis. Duda aprendeu que suas ideias não eram malucas demais, e Nilo descobriu que a criatividade pode levar a lugares maravilhosos. O Bairro das Invenções nunca mais foi o mesmo, sempre cheio de novas invenções flutuantes, frutos da amizade e da criatividade sem limites de Duda e Nilo. E o Professor Inácio? Ele apenas sorria, sabendo que tinha plantado a semente certa.
