Na vasta extensão do céu azul, onde nuvens dançavam como algodão doce, existia Aerovila. Não era uma cidade comum, pois flutuava! Suas casas, escolas e praças eram construídas sobre plataformas gigantes que se moviam suavemente, impulsionadas por turbinas eólicas que capturavam o sopro do Vento Vivo, a alma de Aerovila.
Entre os habitantes, vivia Apolo, um esquilo-voador de pelos cor de caramelo e olhos curiosos. Ele adorava deslizar entre as plataformas, sentindo o vento em suas bochechas. Sua melhor amiga era Luna, uma menina de nove anos com óculos redondos e uma mente brilhante. Luna estava sempre inventando algo, seja um aspirador de nuvens para dias nublados ou um regador automático para os jardins suspensos. Eles frequentemente visitavam o Professor Expedito, um tamanduá-bandeira muito sábio, cujo nariz comprido parecia sempre farejar os segredos do vento. O professor, com seu chapéu de aviador, guardava os mapas das correntes de ar e sabia tudo sobre a energia que mantinha Aerovila no alto.
Um dia, algo estranho aconteceu. O chão de Aerovila começou a tremer suavemente, e as gigantes turbinas, que antes giravam com vigor, agora pareciam cansadas. Apolo notou que o Vento Vivo parecia mais pesado, e suas bochechas não sentiam mais a mesma brisa leve de antes. Luna, com seu caderno de anotações, registrou uma queda na altitude. Preocupados, correram até a torre do Professor Expedito.
O professor, com um semblante sério, explicou: Aerovila estava perdendo altitude porque o Vento Vivo estava doente. Não era uma doença de germes, mas de pequenos detritos invisíveis que, ao longo do tempo, haviam se acumulado nas correntes de ar. Eram restos de balões esquecidos, papéis que escapavam das lixeiras abertas e até pedacinhos de brinquedos que as crianças deixavam cair. Esses pequenos poluentes estavam congestionando os canais de ar, diminuindo a força das turbinas.
Apolo, Luna e Professor Expedito sabiam que precisavam agir. O professor lhes mostrou o mapa dos canais de ar, indicando as áreas mais afetadas. Luna, com seus conhecimentos de engenharia, projetou uma série de pequenos drones coletores de ar, batizados de Cataventos Limpadores. Apolo, com sua agilidade, se ofereceu para guiar os drones pelas passagens mais estreitas, enquanto o Professor Expedito monitorava o Vento Vivo, orientando-os com sua sabedoria sobre as correntes.
Juntos, eles voaram pelos céus de Aerovila, os Cataventos Limpadores zumbindo enquanto absorviam os detritos invisíveis. Era um trabalho árduo, mas divertido, com Apolo fazendo acrobacias para desviar de obstáculos e Luna ajustando os drones com precisão. Eles também conversaram com os moradores, explicando a importância de descartar o lixo corretamente e de cuidar do ar que os sustentava. Mostraram como cada pequeno gesto, como colocar um papel na lixeira ou prender bem um balão, fazia uma enorme diferença.
Pouco a pouco, o Vento Vivo recuperou sua força. As turbinas de Aerovila começaram a girar mais rapidamente, e a cidade, com um suspiro de alívio, voltou a subir lentamente, atingindo sua altitude normal. O ar estava mais limpo e fresco do que nunca.
Aerovila aprendeu uma lição valiosa. Todos, de agora em diante, cuidavam do Vento Vivo como se fosse um tesouro, pois sabiam que a saúde do ar era a saúde da sua cidade. Apolo continuou a deslizar, Luna a inventar, e o Professor Expedito a guiar, mas agora, todos em Aerovila viviam com uma nova consciência: a de que cuidar do planeta é cuidar de si mesmo e de todos que nele habitam, garantindo que o Vento Vivo soprasse forte por muitas e muitas gerações.