Urbis Luminosa não era uma cidade comum. Seus edifícios, de todas as formas e tamanhos, brilhavam com cores tão vivas que pareciam pintados pelo próprio sol. As ruas eram limpas e os parques, cheios de brinquedos que se moviam com a brisa. Leo, um menino com um chapéu de aviador que usava para imaginar que voava, adorava explorar cada cantinho dessa cidade. Seu melhor amigo era Beija-Florisco, um beija-flor com penas iridescentes que acompanhava Leo em todas as suas aventuras.

Um dia, enquanto observavam a cidade do alto de uma pequena colina, Leo notou algo estranho. As cores de alguns edifícios, especialmente na parte oeste da cidade, estavam mais opacas, como se tivessem perdido o brilho.

Beija-Florisco zuniu em concordância, batendo suas asinhas rapidamente. Sim, as cores estavam menos vibrantes. Leo sentiu uma pontada de preocupação. Urbis Luminosa sem suas cores vivas não seria a mesma.

Eles decidiram investigar. Primeiro, foram ao coração da cidade, onde as Correntes de Luz borbulhavam em tubos transparentes que subiam pelos edifícios. Tudo parecia normal ali. Mas, à medida que se aproximavam da parte oeste, o brilho diminuía ainda mais.

Foi então que encontraram Dona Brisa, a engenheira urbanista, examinando alguns mapas da cidade com uma lupa. Ela era a pessoa perfeita para ajudar.

Olá, Dona Brisa! disse Leo, ajustando seu chapéu. As cores da cidade estão sumindo!

Beija-Florisco voou em círculos, mostrando sua preocupação.

Dona Brisa, com seu olhar atento, sorriu. Ah, é mesmo, crianças? Eu também notei. É um mistério que precisamos desvendar juntos!

Ela explicou que as cores da cidade eram alimentadas pelas Correntes de Luz, que precisavam fluir sem interrupção. Leo e Beija-Florisco contaram a ela sobre a parte oeste.

Acho que sei onde procurar, disse Dona Brisa, apontando para um ponto nos mapas. Há uma área de manutenção antiga que não é visitada há muito tempo. Talvez as Correntes de Luz estejam bloqueadas lá.

Os três embarcaram em uma jornada até essa área esquecida. Era um lugar um pouco coberto por plantas crescidas demais, que formavam um emaranhado verde. Leo, com sua coragem, e Beija-Florisco, com sua agilidade, abriram caminho entre as folhas densas. Dona Brisa, com seu conhecimento, identificou rapidamente o problema: grandes trepadeiras haviam crescido e envolvido os tubos das Correntes de Luz, impedindo que a energia fluísse livremente para a parte oeste.

Não é um monstro, nem uma mágica, disse Dona Brisa. É só a natureza crescendo um pouco demais em um lugar que esquecemos de cuidar.

Leo e Dona Brisa começaram a afastar as trepadeiras, com Beija-Florisco guiando-os para os pontos mais difíceis de alcançar. Eles trabalharam em equipe, com cuidado e paciência. Era um trabalho cansativo, mas cada vez que um pedaço do bloqueio era removido, um pequeno brilho parecia retornar aos edifícios distantes.

Finalmente, com a ajuda de todos, o último pedaço de trepadeira foi removido. Um pulso de luz intensa percorreu os tubos e, em questão de segundos, as cores da parte oeste de Urbis Luminosa explodiram em um brilho ainda mais intenso do que antes!

A cidade inteira parecia sorrir. Leo, Beija-Florisco e Dona Brisa observaram, exaustos mas felizes, a cidade cintilante. Eles tinham aprendido uma lição importante: mesmo a cidade mais brilhante e bem organizada precisa de cuidado e atenção. E que, juntos, mesmo os menores amigos podem resolver os maiores mistérios. Dali em diante, prometeram que sempre ajudariam a cuidar de Urbis Luminosa, garantindo que suas cores nunca mais se apagassem.