Na Fazenda Arco-Íris, um lugar onde o sol sempre parecia brilhar mais forte e as flores tinham cores que pareciam pintadas à mão, vivia Beto, um porquinho muito especial. Diferente dos outros porquinhos que passavam o dia revirando a lama, Beto adorava revirar caixas de ferramentas velhas e peças esquecidas. Seu sonho era inventar algo incrível. Ele tinha um pequeno ateliê num canto do celeiro, cheio de engrenagens, parafusos e todo tipo de objetos curiosos que encontrava.
Certa manhã, Beto percebeu que a Fazenda Arco-Íris andava um pouco silenciosa. Os galos cantavam com menos entusiasmo, as vacas mugiam mais baixo e até os passarinhos pareciam mais calados. Beto teve uma ideia brilhante! Ele construiria a Máquina de Risadas, algo que traria alegria de volta para todos.
Ele logo chamou seus melhores amigos: Clara, a galinha mais organizada da fazenda, que sempre sabia onde encontrar qualquer coisa, e Téo, um pato brincalhão que adorava uma boa aventura.
— Amigos, preciso da ajuda de vocês! Vou construir a Máquina de Risadas! – exclamou Beto, seus óculos escorregando pelo focinho.
Clara, com seu olhar atento, logo começou a listar o que precisavam: — Precisamos de algo para o motor, talvez aquela roda de bicicleta velha. E o painel de controle, quem sabe um regador enferrujado?
Téo, sempre animado, saltitava de um lado para o outro. — E para testar, Beto? Eu sou o melhor testador de risadas!
Os dias seguintes foram cheios de barulhos curiosos saindo do ateliê de Beto. Eles trabalharam juntos, cada um com sua habilidade. Clara encontrava as peças mais inusitadas: um chapéu de palha furado virou uma antena, um cesto de ovos quebrado se transformou no banco da máquina. Téo, por sua vez, testava as invenções de Beto.
A primeira versão da Máquina de Risadas só fazia Beto e Clara grasnar como patos, o que era engraçado, mas não exatamente o que esperavam. A segunda versão tocava uma musiquinha estranha que fazia todo mundo dançar desengonçadamente, mas não rirem de verdade. Beto, um pouco desanimado, sentou-se num monte de palha.
— Não consigo! Parece que falta alguma coisa, um segredo para fazer a risada acontecer de verdade! – suspirou Beto.
Clara, com sua voz suave, se aproximou. — Beto, olhe para nós. Quantas risadas demos tentando construir isso? Lembra quando Téo tentou dançar e quase caiu no balde?
Naquele momento, Téo, que estava distraído, se aproximou e, com suas asas, fez cócegas em Beto e Clara. Os dois soltaram gargalhadas altas e verdadeiras, que ecoaram pelo celeiro. De repente, Beto teve uma ideia.
— É isso! O segredo não está nas peças, nem nos parafusos! O segredo está na nossa amizade, na alegria de estarmos juntos e de nos divertirmos, mesmo quando as coisas não saem como planejamos!
Ele fez um ajuste final na Máquina de Risadas, adicionando um pequeno cata-vento colorido no topo. O vento gentil da Fazenda Arco-Íris fez o cata-vento girar. A máquina começou a vibrar suavemente, emitindo uma luz dourada e um calor gostoso que se espalhou por toda a fazenda. Não era um riso forçado, mas uma sensação de bem-estar e alegria que tocava o coração de todos. As galinhas cacarejaram mais alto, as vacas mugiram com mais entusiasmo e os passarinhos voltaram a cantar suas melodias mais alegres.
Beto, Clara e Téo se abraçaram, sentindo uma felicidade enorme. Eles tinham descoberto que a maior máquina de risadas era a amizade verdadeira e a capacidade de encontrar alegria nas pequenas coisas e nas pessoas que amamos. E assim, a Fazenda Arco-Íris nunca mais foi a mesma, sempre cheia de sorrisos e o calor da amizade que a Máquina de Risadas de Beto havia despertado.
