No alto do céu azul, entre nuvens que pareciam flocos de algodão doce, existia um lugar mágico e surpreendente: o Pomar Flutuante da Dona Cotovia. Não era um pomar comum, desses que ficam no chão firme. Ah, não! Ele era um conjunto de ilhas verdes que flutuavam suavemente, repletas das mais saborosas frutas e dos vegetais mais coloridos que se podia imaginar. Dona Cotovia, uma senhora de cabelos brancos feito nuvens e um sorriso que iluminava o dia, cuidava de cada plantinha com um carinho que só ela tinha. Ela usava um avental remendado e luvas de jardineira, sempre com um borrifador à mão e uma cesta de palha cheia de sementes curiosas.
Leo, um menino de olhos grandes e curiosos como um cientista em miniatura, e Nina, sua amiga esperta e observadora, adoravam visitar o Pomar Flutuante. Para chegar lá, eles pegavam um elevador especial, movido a vento, que subia devagar, revelando paisagens incríveis. Eles passavam horas ajudando Dona Cotovia, colhendo morangos gigantes, mexericas doces e pimentões de todas as cores. Dona Cotovia ensinava sobre as plantas, como a terra era importante e como a água era o maior tesouro para o cultivo.
Um dia, ao chegarem ao pomar, Leo e Nina notaram algo diferente. As folhas das macieiras estavam murchas, os morangos não tinham mais aquele vermelho vibrante e os tomateiros pareciam cansados. Dona Cotovia estava preocupada. Suas plantas, que sempre foram tão fortes e cheias de vida, estavam perdendo o brilho.
— Oh, meus queridos vegetais! O que está acontecendo? — lamentou Dona Cotovia, com uma lágrima quase caindo.
Leo, com seu espírito aventureiro, começou a examinar o solo de perto. Nina, com sua atenção aos detalhes, olhou para as raízes das plantas. Eles se lembraram dos ensinamentos de Dona Cotovia: As plantas precisam de terra boa, sol e água na medida certa.
— Dona Cotovia, a terra parece… diferente — disse Leo, pegando um pouco de solo na mão. — Está meio seca e sem vida.
— E as raízes não estão conseguindo absorver direito — completou Nina, apontando para uma raiz fininha.
Dona Cotovia explicou que as ilhas flutuantes tinham um sistema especial de nutrição, mas que algo devia ter se desequilibrado. Era um desafio grande, mas eles não desanimaram. Leo teve uma ideia. Ele se lembrou de uma história que sua avó contava sobre como as minhocas ajudavam a terra a respirar e a ficar mais rica.
— E se a gente precisasse de um pouco mais de… vida para a terra? — sugeriu Leo.
Nina teve outra ideia. Ela se lembrou que Dona Cotovia tinha um cantinho especial com compostagem, onde restos de frutas e vegetais se transformavam em adubo natural.
Juntos, os três elaboraram um plano. Leo e Nina, com suas pequenas pás, ajudaram a espalhar o adubo orgânico por todo o pomar flutuante, misturando-o com o solo que estava sem força. Dona Cotovia, com sua sabedoria, ajustou o sistema de irrigação para que as plantas recebessem a quantidade perfeita de água. Eles trabalharam em equipe, com dedicação e muita esperança.
Dia após dia, eles observavam o pomar. Lentamente, as folhas começaram a se erguer novamente, o verde vivo retornou, e os morangos recuperaram seu vermelho intenso. As frutas e vegetais voltaram a crescer fortes e saborosos. O Pomar Flutuante da Dona Cotovia estava salvo!
Leo e Nina aprenderam uma lição valiosa: que a agricultura e o cultivo são um ciclo de cuidado e respeito pela natureza. E que, com trabalho em equipe e a sabedoria dos mais velhos, qualquer desafio pode ser superado. O Pomar Flutuante voltou a ser o lugar mais alegre do céu, e Dona Cotovia, Leo e Nina, os maiores amigos da natureza, continuaram a desfrutar de suas colheitas, sabendo que o segredo de um pomar saudável estava no carinho e no conhecimento de quem o cultivava.